domingo, 27 de dezembro de 2009

Dia de S. João Evangelista

O Movimento Encontros de Jovens Shalom tem como patrono S. João Evangelista sendo hoje, 27 de Dezembro, o seu dia. É o nosso patrono por ter sido o Apóstolo mais jovem, foi rebelde e interventivo como os jovens, e porque sempre acompanhou Cristo não o abandonado nem na hora da sua morte.
Como é habitual, todos os anos, os padres da Comunidade Shalom (Padres que estão ao serviço do Movimento Encontros de Jovens Shalom) fazem a renovação dos seus votos como sacerdotes ao serviço do Shalom. A celebração terá lugar na Casa da Comunidade Shalom, em Santo Amaro de Oeiras às 21h30.

Um pouco mais sobre S. João Evangelista...
S. João Evangelista foi o Apóstolo mais novo de Jesus. Era pescador de profissão e trabalhava com o seu irmão Tiago. Foi manifesta nos livros da Bíblia a admiração de João por Jesus. Jesus chamou-lhe o Filho do Trovão e posteriormente ele foi considerado o “Discípulo Amado”.Segundo os registos do Novo Testamento, João foi o apóstolo que seguiu com Jesus, na noite em que foi preso e foi corajoso ao ponto de acompanhar o seu Mestre até à morte na cruz. A História conta que João esteve presente, e ao alcance de Jesus, até a última hora , e foi-lhe entregue a missão de tomar conta de Maria, a mãe de Jesus.
Depois da morte e martírio de Tiago, o Justo (também conhecido como Irmão do Senhor), João teria se dirigido à Ásia Menor, onde dirigiu a importante e influente comunidade cristã de Éfeso, fundada por Paulo anos antes. João esteve várias vezes na prisão, foi torturado e exilado para a Ilha de Patmos, por um período de cerca de quatro anos, onde teria escrito o Apocalipse.
Faleceu em Éfeso no ano 103 d.C.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um Santo Natal

Advento - Construindo o Presépio Semana 4

Semana 4

Cântico:
de Natal, à escolha

Monição: Vamos contemplar o terceiro grupo de personagens. São intervenientes directos na encarnação do Filho de Deus. Se aos pastores e aos Magos é anunciado pelos Anjos ou pela estrela o nascimento do Menino, a estes é pedido algo: o seu consentimento. Sem o SIM de Maria e José a Salvação não se teria realizado naquele momento da História.
Há duas atitudes que interpelam nesta narração:
 por um lado Deus, o Senhor do Universo, precisar do consentimento de dois pobres mortais;
 por outro, a capacidade de Maria e José se desprenderem dos seus sonhos e projectos pessoais, para se colocarem inteiramente disponíveis para o projecto de Deus.
(Colocam-se as imagens de Maria e José no presépio)
Leitura: Lc.2, 1-7
Comentário: Maria e José sobem a Belém. São cerca de 120 km. Não é fácil para uma mulher grávida, no fim do tempo, fazer aquele percurso: os transportes daquele tempo eram o jumento e pouco mais. As suas posses também não dariam para muito... Eram jovens, determinados, sonhadores e, certamente, não lhes faltaria apoio pelo caminho. Talvez se juntassem a alguma caravana das muitas que nessa época cruzavam as terras de Israel em função do Edito de César...
Talvez não contassem é que... na terra de origem, as portas se fechassem para eles. A situação não era fácil: hospedar uma mulher no fim do tempo de gravidez era, no mínimo, arranjar uma carga de trabalhos... Depois... havia sempre uma desculpa: “Que pena, tenho a casa tão cheia... Sabem, com esta coisa do recenseamento...”
Não é o terem que se refugiar numa gruta que incomoda: naquela região havia muitas grutas que serviam de caves para as casas ou de abrigo para homens e animais. Nas casas e nas grutas pessoas e animais partilhavam os mesmos espaços... O que incomoda é a última frase da narrativa de Lucas: “...não havia lugar para eles na hospedaria”!
Eram galileus: gente pobre, desprezada, marginalizada... de pouca confiança... e, para mais, grávida!...
Parece que a história se repete hoje, quando se muda de passeio porque se vislumbra alguém de cor ou condição diferente... quando não queremos ser incomodados, quando ficamos aborrecidos porque nos pedem isto ou aquilo, esta ou aquela ajuda... quando, simplesmente, não queremos sair do conforto do nosso sofá... quando não queremos abrir os olhos para perceber a dor, a miséria, a situação de tantos irmãos nossos, muitos deles emigrantes, „que deviam era ser recambiados para as suas terras porque nem falam a nossa língua e até vêm roubar os nossos empregos...‟
Maria e José sofrem em silêncio o desprezo, a marginalização, as desculpas esfarrapadas de quem lhes fecha a porta...
Incomoda por demais toda esta situação, mas incomoda ainda mais o silêncio gritante que brota daqueles corações!...
Na gruta aquecida pelo bafo dos animais, Maria e José preparam um canto onde o seu filhinho possa nascer.
Pensemos um pouco na nossa vida: como aceitamos e nos relacionamos com as pessoas que não conhecemos, ou nos batem à porta, ou nos estendem mãos ansiosas de justiça, de conforto, talvez de uma palavra amiga... “Eu tive fome e tu deste-me de comer, estava doente ou na prisão e visitaste-me, estava nu e vestiste-me...” era um sem-abrigo, e tu cuidaste de mim... “Quando fizeste isto ao mais pequeno dos meus, foi a mim que o fizeste!”
Silêncio:
Vamos contemplar as figuras de Maria e José… vamos pensar naquelas pessoas com quem nos cruzámos hoje e que, talvez devido à rotina, nem percebemos…
Amanhã, possivelmente, vou cruzar-me com elas de novo… que atitude devo tomar?... O que vou fazer?
Silêncio…
Cantar o refrão:
Onde reina o amor
Fraterno amor
Onde reina o amor
Deus aí está!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mensagem de Natal 2009 do Bispo de Portalegre-Castelo Branco


"O Verbo fez-se Carne e habitou entre nós".

Deus fez-se homem em Jesus Cristo. Nasceu da Virgem Maria e renasce na Igreja.
E tudo isto para nos salvar, nos revelar o Seu Amor, nos ensinar a amar e nos convidar a sermos sal e luz na construção de um mundo melhor. Conhecer e anunciar a Sua pessoa e a Sua Palavra, com o testemunho de verdadeiro discípulo, é a maneira mais sublime e eficaz de amar e servir a Humanidade, cada Família e cada Pessoa: só Jesus transforma em novo e novidade aquilo que o homem em si mesmo deixa envelhecer e destrói.
Reconhecer, amar e respeitar-se a si e aos outros como Jesus fez e ensinou continua a ser provocação e desafio que brota do silêncio divino e humano do Presépio numa estreita relação entre a simplicidade e a glória. Entre a riqueza divina partilhada com amor e a pobreza humana minimizada por tão extraordinário gesto de entrega gratuidade.
Celebrar o Natal de Jesus não é reduzi-lo a uma mera festa profana, dispendiosa e humilhante para o pobres, sofredores e excluídos. Celebrar o Natal é fazer ecoar por toda a terra a mensagem de Esperança que cada pessoa precisa de ouvir. É pedir aos líderes da sociedade que escancarem as portas do coração a Cristo Salvador, o Filho de Deus, se reencontrem n'Ele para servirem como Ele e Lhe peçam o dom da Sabedoria para bem orientar o destino dos povos que neles confiaram e estes possam viver com alegria e dignidade. É fazer com que o Reino de Amor e de Paz que Cristo tornou próximo se torne herança de todos. É fazer que cada pessoa se sinta reconhecida, amada e respeitada na sua dignidade e viva em recíproco sentimento e atitude.
Neste ano dedicado ao Sacerdócio Ministerial, e estando a nossa diocese tão carente de Presbíteros, que os nossos jovens, olhando o presépio em jeito de São João Maria Vianney - o Cura d'Ars - sintam o apelo de Jesus Menino a dizer-lhes que a "messe é grande mas os operários são poucos...". E numa atitude confiança, coragem e ousadia lhe abram o coração com generosidade e amor e decidam colocar a vida ao serviço do Seu povo.
Feliz Natal para todos!


Diocese de Portalegre-Castelo Branco, 15 de Dezembro de 2009

+Antonio Dias, Bispo Diocesano

domingo, 13 de dezembro de 2009

Advento - Construíndo o Presépio - Semana 3

Semana 3

Introdução:
Vamos agora lançar o nosso olhar mais longe, bem lá no horizonte. Uma caravana simbolizada (segundo a tradição) por três homens de raças diferentes, atravessa o deserto, guiada por uma estrela, em busca dum recém-nascido. Estranha, misteriosa, esta aventura: Vamos deixar-nos envolver por ela. Vamos, nós próprios, integrar essa comitiva para captarmos as motivações destas pessoas tão diferentes, mas com um mesmo objectivo.
Enquanto se proclama a leitura, colocam-se sobre o presépio as imagens dos Magos.

Leitura: Mt. 2,1-12
Comentador:
Quem são os magos?
O povo de Israel sempre se viu como o povo escolhido por Deus. Os profetas foram alimentando a esperança de que um dia Deus se faria presente num filho daquele povo e este filho os libertaria de todos os males e opressões… mas nunca lhes passou pela cabeça que Deus pudesse ultrapassar as fronteiras de Israel… que os outros povos pudessem ser salvos também...
Os magos eram pessoas que queriam ver essa salvação. No Oriente uma luz nova chamou a sua atenção e imediatamente se puseram a caminho…
A tradição encarregou-se de dizer que eram três, estes magos: três homens de raças diferentes, representando toda a Humanidade, como que a dizer que quando a estrela se levanta, ninguém fica fora da sua luz... Desde que Deus resolveu morar no nosso meio, ninguém fica excluído da sua luz. Mesmo aqueles que não o conhecem...
A estrela levanta-se para todos os povos. Ninguém fica excluído da sua claridade.
É verdade que há muitos que não vêem porque nunca tiveram oportunidade... mas há muitos também que não a querem ver… porque isso talvez os fizesse mudar tantas coisas… poria em perigo tantas vantagens… derrubaria tantas certezas… questionaria tantos projectos… Mas o problema maior talvez resida no medo de não poder resistir ao seguimento dessa luz...
Como é a minha relação com as pessoas? Aceito as diferenças? Percebo e aceito que também elas são profundamente amadas por Deus? Que Deus veio também para elas?
Como sinto a presença de Deus na minha vida? Deixo que seja Ele a orientar os meus passos, a iluminar os meus caminhos? Deixo que Ele questione os meus valores, os meus rumos?...

Momento de silêncio: (música de fundo)
Seguir a luz significa renunciar a ser o centro de tudo para seguir por outro caminho; talvez por isso tanta gente não queira seguir a luz de Cristo… tanta gente feche os olhos a tudo o que seja amor, fraternidade, atenção aos outros, serviço…
Como para os pastores, também para os Magos o encontro com Jesus foi de uma alegria imensa… o encontro com Jesus proporciona sempre alegria…
Já parámos para pensar nisso? Já fizemos essa experiência? Procura fazer memória de alguns momentos em que tenhas percebido e sentido a alegria do encontro com o Senhor.
Momento de silêncio (música de fundo)
Diante daquele recém-nascido os magos realizam um rito que era próprio daquela época e que indicava a submissão a alguém poderoso: prostram-se, rendem-lhe homenagem, oferecem os presentes que se ofereciam nessa altura no oriente…
Ao oferecerem os seus presentes, aqueles homens manifestam a sua disponibilidade para o projecto daquele Menino. Em troca, o Menino faz-se presente na vida deles.
Dar um presente significa marcar presença na vida daquela pessoa... comprometer-me com aquela pessoa... o compromisso, o fazer-se presente, muda a vida de quem dá... muda a vida de quem recebe. Une as vidas... gera compromisso... gera comunhão... muda os rumos...
Os Magos tinham-se comprometido a passar pelo palácio de Herodes. Voltar pelo caminho de Herodes seria pactuar com ele, com a sua tirania, com o seu projecto de morte... Mas o seu caminho de regresso foi diferente: quem se encontra, quem percebe a presença do Menino, quem se compromete com Ele, não pode mais trilhar caminhos antigos: o novo toma conta do seu coração, aponta novos critérios, novos ideais, estabelece novos projectos!...
E nós? Já nos abrimos à luz que é Cristo?
Ou preferimos que a nossa vida, os nossos projectos sejam iluminados por outro tipo de luz?
Ou preferimos que a nossa vida permaneça na escuridão do sem sentido, do vazio, da falta de ideal?
Quais são os valores que nos animam?
“Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo!”...
Que sinais percebemos na nossa vida da presença de Jesus? Como o adoramos?
Partilha com alguém da tua família e/ou grupo este tempo de reflexão (5 minutos)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Oração do Advento

O Tempo do Advento convida-nos a melhor prepararmos o Natal e o nascimento de Cristo.
Realizar-se-à no próximo dia 12 de Dezembro, pelas 21h30, na Igreja de S. Tiago, uma Oração do Advento.
É uma Oração aberta a toda a comunidade cristã da cidade.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Advento - Construíndo o Presépio Semana II

Semana 2

Introdução: Vamos sentar-nos à volta do presépio. Vamos contemplá-lo vazio… uma paisagem que nos convida ao silêncio, à contemplação do mistério… Deus revela-se através do simples… Vamos deixar-nos envolver por essa simplicidade…
Quando os evangelistas narram o nascimento de Jesus, apresentam-nos diversas personagens que interferem directamente no acontecimento: anjos, pastores, magos, Herodes, Maria e José...
Vamos seguir algumas destas personagens na sua caminhada até Belém. Vamos tentar perceber as suas motivações e anseios no encontro com o Menino do presépio. Talvez elas nos ajudem a encontrar-nos também com Ele. Comecemos pelos pastores:
Enquanto um leitor proclama o Evangelho vão-se dispondo no presépio as imagens dos pastores.

Leitura: Lc. 2, 8-20

Comentador: Os pastores passavam a noite ao ar livre a guardar o seu rebanho. Eram estranhos, tidos até como gente a evitar por serem meio selvagens e até perigosos. Estavam pouco acostumados à relação com as pessoas das aldeias e das cidades…
Habituados a viver à margem, com os seus rebanhos, achavam que as regras não eram para eles, o que os levava, muitas vezes a roubar e a invadir propriedades alheias com os seus rebanhos...
No campo religioso, a lei de Moisés, a lei que toda a gente fazia esforço por cumprir, também não lhes dizia nada… se calhar nem sequer sabiam que existia tal coisa… Ninguém sentia simpatia por eles...
Mas é precisamente a estas pessoas marginalizadas que chega a grande notícia que vai revolucionar as suas vidas: “Não temais! Trago-vos uma boa noticia, uma alegria para todo o povo. Nasceu hoje em Belém um Salvador. O Messias, Senhor”
Mal ouvem a notícia, correm à procura do salvador anunciado e são capazes de o reconhecer na figura simples e terna do Menino do presépio!.. Os pastores deixam-se encantar e cativar pela ternura daquele recém-nascido tão frágil!
Deus revela-se aos corações simples, aos marginalizados, aos fora-da-lei. É desconcertante: quando toda a gente esperava um Messias poderoso, eis que Deus vem na figura terna e frágil de um menino que dorme tranquilamente na pobreza de um curral de animais...
Vamos contemplar estes pastores. Vamos tentar perceber quem são os pastores (marginalizados) de hoje, a quem nós, mensageiros de Deus (anjos) precisamos de anunciar a boa notícia: “Não temais!”
Vamos tentar perceber o que significa esta mensagem...

Momento de silêncio

Partilha: cada um expressar os sentimentos, os questionamentos, os apelos que brotam desta reflexão (o que me diz, o que me pede…)
Vamos rezar por nós, para que o Senhor abra os nossos olhos e sobretudo o nosso coração para percebermos quem são os „pastores‟ de hoje e, com eles, nos deixarmos encontrar com Jesus. Vamos pedir-lhe que nos faça contagiar pela alegria de quem é capaz de reconhecer Jesus…Vamos pedir-lhe que nos ajude a derrubar as barreiras que nos impedem de aceitar os outros, os diferentes, os que estão à margem…
Pensando nesses nossos irmãos, vamos dar-nos as mãos para rezarmos a oração que Jesus nos ensinou:
Pai-nosso…

Rezámos „o pão-nosso de cada dia nos dai hoje…‟
Tudo o que temos veio de Deus… e é tanto!
A muitos irmãos nossos bastaria um pouco do que nós temos…
Os pastores partilharam da sua pobreza com o Menino…

Vamos também nós colocar na cesta o fruto da nossa renúncia desta semana enquanto cantamos um cântico de Natal (à escolha).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Advento - Construíndo o Presépio

O Movimento Encontros de Jovens Shalom, à semelhança do ano passado, propõe uma nova caminhada do Advento: Construindo o Advento.

Semana 1

A pouco e pouco vão-se acendendo as luzes lembrando-nos que o Natal se aproxima. Tempo de pensarmos nos amigos, nos familiares, nas crianças… tempo de trocarmos cartões e mensagens desejando-nos BOAS FESTAS… tempo de trocarmos presentes…
Tudo isto porque o Filho de Deus se fez presente na nossa História para dar sentido à nossa vida: “um Menino nasceu entre nós, um Filho nos foi dado…”
Curioso como os símbolos de Natal com que enfeitamos as ruas e as casas, se vão tornando, cada vez mais, símbolos de comércio, de consumismo… curioso como, devido à crise económica (leia-se social) que se vive, nos dê vontade de passarmos ao lado do Natal porque… não há dinheiro para folias.
Vamos voltar às origens do Natal? Vamos fazer dele a celebração de acção de graças ao Menino que veio para ser salvação? Vamos pôr de lado o Pai Natal tipo Coca-Cola, a preocupação com as excentricidades e as frases balofas de circunstância e vamos centrar a nossa atenção no mistério que celebramos?
Certamente que recordamos a campanha do ano passado, a do „presente3‟... Este ano queremos ir mais longe: gostaríamos que em cada família onde houver um Encontrista se fizesse um presépio. Atenção! O presépio não é para ser feito de uma vez: é para ser construído ao longo do Advento. Sugiro que esta semana, se monte toda a estrutura (base) do presépio. Depois, em cada semana, a partir da reflexão que iremos fazendo, vamos colocar as figuras do mesmo: pastores, magos, Maria e José e, finalmente, o Menino.

Duas propostas:
1. Que, preferencialmente, as figuras sejam colocadas no presépio durante uma reunião/oração/reflexão da família.
2. Junto ao presépio será colocada uma cesta. Em cada semana a família irá colocar na cesta um bem alimentar não perecível (arroz, massa, feijão…) expressando a renúncia pessoal em favor dos mais pobres…Estes alimentos serão levados para a celebração do dia 27 de Dezembro (Festa de S. João Evangelista) e entregues durante a apresentação dos dons. No final da missa serão entregues a uma instituição que trabalhe com os nossos irmãos mais pobres.

Creio que com esta campanha atingiríamos dois objectivos:
1. Contemplar o mistério da Encarnação: Deus veio habitar connosco.
2. Tornar-nos presentes na vida dos nossos irmãos mais desfavorecidos. Afinal … “o que fizerdes ao mais pequenino dos meus, é a mim que o fazeis”
Pronto! Mãos à obra! Vamos começar já a construção do nosso presépio. Ah Podeis fazê-lo também na vossa sala, em SP… E, já agora, não esqueçam a cesta: ela será um lembrete à vossa generosidade para com o irmão pobre!

Quisera fazer um presépio

Quisera fazer um presépio
Onde colocasse os mendigos, os inúteis,
Os desprezados e os sem dignidade
E todos os sem voz.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todas as crianças,
Os rostos inocentes em cujo olhar de fome
Ainda mora algum acreditar.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todos os que fazem a guerra
Os que matam por razões sem sentido,
Os que apunhalam o sonho
De povos e culturas inteiras
Atiradas ao abandono e enterradas
Em valas comuns.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todas as mulheres
As belas, as feias, as santas,
As prostitutas de qualquer esquina
E as que se reconhecem na sua dignidade.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse os trabalhadores
Que por anos a fio nunca foram
Tocados pela justiça
Os que trabalham sem que as férias
Os cure e a dignidade os visite.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse os sem casa
Os sem-salário, os sem rosto,
Os sem nome
E os que se vangloriam do próprio nome.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todos os homens
E mulheres da terra,
Os crentes e os que nunca deixaram
Aquecer o coração por nenhum acreditar.
Quisera fazer um presépio
Iluminado pelas cores de todos os rostos
Pelos olhares de todos os povos
Pelos sorrisos de um planeta inteiro
Buscando a paz.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todos os rios
As florestas que ainda existem
E aquelas que a ganância já destruiu.
As praias onde ainda o sol se põe
E aquelas onde o lixo turvou as suas águas
Outrora cristalinas.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todas as flores,
Todas as cores e bichos,
A criação inteira cantando em uníssono: Glória!
Quisera fazer um presépio
Onde finalmente já não fosse preciso
Colocar um recém-nascido, cheio de frio,
Um Deus-pobre iluminando todos os rostos
E aquecendo todos os corações.
Mas continuarei fazendo o meu presépio
Onde sempre coloco aquela imagem
Pequena e terna
Do Verbo encarnado
Que nasce no coração dos simples,
Daqueles que acreditam e têm esperança.