quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Advento - Construíndo o Presépio

O Movimento Encontros de Jovens Shalom, à semelhança do ano passado, propõe uma nova caminhada do Advento: Construindo o Advento.

Semana 1

A pouco e pouco vão-se acendendo as luzes lembrando-nos que o Natal se aproxima. Tempo de pensarmos nos amigos, nos familiares, nas crianças… tempo de trocarmos cartões e mensagens desejando-nos BOAS FESTAS… tempo de trocarmos presentes…
Tudo isto porque o Filho de Deus se fez presente na nossa História para dar sentido à nossa vida: “um Menino nasceu entre nós, um Filho nos foi dado…”
Curioso como os símbolos de Natal com que enfeitamos as ruas e as casas, se vão tornando, cada vez mais, símbolos de comércio, de consumismo… curioso como, devido à crise económica (leia-se social) que se vive, nos dê vontade de passarmos ao lado do Natal porque… não há dinheiro para folias.
Vamos voltar às origens do Natal? Vamos fazer dele a celebração de acção de graças ao Menino que veio para ser salvação? Vamos pôr de lado o Pai Natal tipo Coca-Cola, a preocupação com as excentricidades e as frases balofas de circunstância e vamos centrar a nossa atenção no mistério que celebramos?
Certamente que recordamos a campanha do ano passado, a do „presente3‟... Este ano queremos ir mais longe: gostaríamos que em cada família onde houver um Encontrista se fizesse um presépio. Atenção! O presépio não é para ser feito de uma vez: é para ser construído ao longo do Advento. Sugiro que esta semana, se monte toda a estrutura (base) do presépio. Depois, em cada semana, a partir da reflexão que iremos fazendo, vamos colocar as figuras do mesmo: pastores, magos, Maria e José e, finalmente, o Menino.

Duas propostas:
1. Que, preferencialmente, as figuras sejam colocadas no presépio durante uma reunião/oração/reflexão da família.
2. Junto ao presépio será colocada uma cesta. Em cada semana a família irá colocar na cesta um bem alimentar não perecível (arroz, massa, feijão…) expressando a renúncia pessoal em favor dos mais pobres…Estes alimentos serão levados para a celebração do dia 27 de Dezembro (Festa de S. João Evangelista) e entregues durante a apresentação dos dons. No final da missa serão entregues a uma instituição que trabalhe com os nossos irmãos mais pobres.

Creio que com esta campanha atingiríamos dois objectivos:
1. Contemplar o mistério da Encarnação: Deus veio habitar connosco.
2. Tornar-nos presentes na vida dos nossos irmãos mais desfavorecidos. Afinal … “o que fizerdes ao mais pequenino dos meus, é a mim que o fazeis”
Pronto! Mãos à obra! Vamos começar já a construção do nosso presépio. Ah Podeis fazê-lo também na vossa sala, em SP… E, já agora, não esqueçam a cesta: ela será um lembrete à vossa generosidade para com o irmão pobre!

Quisera fazer um presépio

Quisera fazer um presépio
Onde colocasse os mendigos, os inúteis,
Os desprezados e os sem dignidade
E todos os sem voz.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todas as crianças,
Os rostos inocentes em cujo olhar de fome
Ainda mora algum acreditar.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todos os que fazem a guerra
Os que matam por razões sem sentido,
Os que apunhalam o sonho
De povos e culturas inteiras
Atiradas ao abandono e enterradas
Em valas comuns.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todas as mulheres
As belas, as feias, as santas,
As prostitutas de qualquer esquina
E as que se reconhecem na sua dignidade.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse os trabalhadores
Que por anos a fio nunca foram
Tocados pela justiça
Os que trabalham sem que as férias
Os cure e a dignidade os visite.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse os sem casa
Os sem-salário, os sem rosto,
Os sem nome
E os que se vangloriam do próprio nome.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todos os homens
E mulheres da terra,
Os crentes e os que nunca deixaram
Aquecer o coração por nenhum acreditar.
Quisera fazer um presépio
Iluminado pelas cores de todos os rostos
Pelos olhares de todos os povos
Pelos sorrisos de um planeta inteiro
Buscando a paz.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todos os rios
As florestas que ainda existem
E aquelas que a ganância já destruiu.
As praias onde ainda o sol se põe
E aquelas onde o lixo turvou as suas águas
Outrora cristalinas.
Quisera fazer um presépio
Onde colocasse todas as flores,
Todas as cores e bichos,
A criação inteira cantando em uníssono: Glória!
Quisera fazer um presépio
Onde finalmente já não fosse preciso
Colocar um recém-nascido, cheio de frio,
Um Deus-pobre iluminando todos os rostos
E aquecendo todos os corações.
Mas continuarei fazendo o meu presépio
Onde sempre coloco aquela imagem
Pequena e terna
Do Verbo encarnado
Que nasce no coração dos simples,
Daqueles que acreditam e têm esperança.

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