quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Advento - Construindo o Presépio Semana 4

Semana 4

Cântico:
de Natal, à escolha

Monição: Vamos contemplar o terceiro grupo de personagens. São intervenientes directos na encarnação do Filho de Deus. Se aos pastores e aos Magos é anunciado pelos Anjos ou pela estrela o nascimento do Menino, a estes é pedido algo: o seu consentimento. Sem o SIM de Maria e José a Salvação não se teria realizado naquele momento da História.
Há duas atitudes que interpelam nesta narração:
 por um lado Deus, o Senhor do Universo, precisar do consentimento de dois pobres mortais;
 por outro, a capacidade de Maria e José se desprenderem dos seus sonhos e projectos pessoais, para se colocarem inteiramente disponíveis para o projecto de Deus.
(Colocam-se as imagens de Maria e José no presépio)
Leitura: Lc.2, 1-7
Comentário: Maria e José sobem a Belém. São cerca de 120 km. Não é fácil para uma mulher grávida, no fim do tempo, fazer aquele percurso: os transportes daquele tempo eram o jumento e pouco mais. As suas posses também não dariam para muito... Eram jovens, determinados, sonhadores e, certamente, não lhes faltaria apoio pelo caminho. Talvez se juntassem a alguma caravana das muitas que nessa época cruzavam as terras de Israel em função do Edito de César...
Talvez não contassem é que... na terra de origem, as portas se fechassem para eles. A situação não era fácil: hospedar uma mulher no fim do tempo de gravidez era, no mínimo, arranjar uma carga de trabalhos... Depois... havia sempre uma desculpa: “Que pena, tenho a casa tão cheia... Sabem, com esta coisa do recenseamento...”
Não é o terem que se refugiar numa gruta que incomoda: naquela região havia muitas grutas que serviam de caves para as casas ou de abrigo para homens e animais. Nas casas e nas grutas pessoas e animais partilhavam os mesmos espaços... O que incomoda é a última frase da narrativa de Lucas: “...não havia lugar para eles na hospedaria”!
Eram galileus: gente pobre, desprezada, marginalizada... de pouca confiança... e, para mais, grávida!...
Parece que a história se repete hoje, quando se muda de passeio porque se vislumbra alguém de cor ou condição diferente... quando não queremos ser incomodados, quando ficamos aborrecidos porque nos pedem isto ou aquilo, esta ou aquela ajuda... quando, simplesmente, não queremos sair do conforto do nosso sofá... quando não queremos abrir os olhos para perceber a dor, a miséria, a situação de tantos irmãos nossos, muitos deles emigrantes, „que deviam era ser recambiados para as suas terras porque nem falam a nossa língua e até vêm roubar os nossos empregos...‟
Maria e José sofrem em silêncio o desprezo, a marginalização, as desculpas esfarrapadas de quem lhes fecha a porta...
Incomoda por demais toda esta situação, mas incomoda ainda mais o silêncio gritante que brota daqueles corações!...
Na gruta aquecida pelo bafo dos animais, Maria e José preparam um canto onde o seu filhinho possa nascer.
Pensemos um pouco na nossa vida: como aceitamos e nos relacionamos com as pessoas que não conhecemos, ou nos batem à porta, ou nos estendem mãos ansiosas de justiça, de conforto, talvez de uma palavra amiga... “Eu tive fome e tu deste-me de comer, estava doente ou na prisão e visitaste-me, estava nu e vestiste-me...” era um sem-abrigo, e tu cuidaste de mim... “Quando fizeste isto ao mais pequeno dos meus, foi a mim que o fizeste!”
Silêncio:
Vamos contemplar as figuras de Maria e José… vamos pensar naquelas pessoas com quem nos cruzámos hoje e que, talvez devido à rotina, nem percebemos…
Amanhã, possivelmente, vou cruzar-me com elas de novo… que atitude devo tomar?... O que vou fazer?
Silêncio…
Cantar o refrão:
Onde reina o amor
Fraterno amor
Onde reina o amor
Deus aí está!

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